Vejo tanto comentário "ruim" nos sites de notícias portugueses que até parece que alguém anda a pagar para que as pessoas falem assim. Bem, não seria a primeira vez.
E ainda tenho em consideração que o português é alguém que (infelizmente?) gosta de falar mal dos outros! Mas tantos dos comentários soam tão forçados e despropositados que fica difícil acreditar que são todos "sinceros".
Terminei de ler o SuperFreakonomics. Embora o livro tenha algumas secções muito criticadas e até erradas (i.e., a parte sobre o aquecimento global), o livro retrata bem o tema principal, a natureza humana. E mais uma vez, fiquei com a ideia que é muito útil e do nosso próprio interesse conhecer-mos muito bem a nossa própria natureza.
Como é dito no próprio livro, acerca da pessoa que tinha proposto pela primeira vez os cintos de segurança para os automóveis:
"...tinha esbarrado contra um dos dogmas centrais e mais frustrantes da natureza humana: é difícil mudar os comportamentos [...] uma solução simples e barata para um problema, talvez não resulte se implicar que as pessoas mudem o seu comportamento."
São aspectos como este que estão por detrás das experiências descritas no livro, de uma ponta à outra. Outro exemplo, este muito famoso. Em 1847, Ignatz Semmelweis descobriu uma maneira de diminuir significativamente o número de mortes durante os partos, tanto dos bebés como das mães. A solução: obrigar os médicos a desinfectar as mãos antes do parto. Resultado:
"a taxa de mortalidade na maternidade do Hospital Geral de Viena baixou a pique quando Semmelweis ordenou aos médicos que lavassem as mãos após realizarem autópsias. Contudo, os médicos dos outros hospitais ignoraram as suas descobertas. Chegaram até a ridicularizá-lo. [...] Além disso, os médicos dessa época [...] não conseguiam aceitar a ideia de que eram eles próprios a raiz do problema."
Entretanto já passou um século e meio. Como andam as coisas?
"Uma série de estudos recentes demonstrou que os funcionários hospitalares lavam ou desinfectam as mãos menos de metade das vezes em que deveriam fazê-lo. E os médicos são os piores infractores, mais complacentes do que os enfermeiros ou os assistentes."
"Este fracasso é intrigante. No mundo moderno tendemos a acreditar que a melhor forma de corrigir os comportamentos perigosos é através da educação. É esse o raciocínio por trás de praticamente todas as campanhas de sensibilização pública."
"Porque razão é tão difícil mudar esse comportamento quando o preço a pagar pelo cumprimento das regras [...] é tão reduzido e os potenciais custos do incumprimento [...] é tão alto? À semelhança do problema da poluição, a resposta radica uma vez mais nas externalidades. Quando um médico não lava as mãos não é a sua própria vida que fica primariamente em perigo mas sim o próximo paciente que ele tratar. [...] os médicos [...] não dispõem de incentivos suficientes para lavar as mãos."
Vem aí a E3 e vêm aí rumores de uma nova Wii. O quê, é suposto agradar aos hardcore? Cheia de tecnologia que poderá encarecer a consola?
Vá lá que são só rumores, mas a ver o que sai... nesta geração, nem 360 nem PS3 me convenceram. A 3DS não me está a convencer também. Já praticamente não vejo notícias de jogos. Se não fosse a DS e a Wii, já nem jogava. Será desta que tiro umas férias?
"Na candidatura à Presidência, caiu-me em cima o “Carmo-e-a-Trindade” quando escrevi que Nobre era um tipo normal, e não o herói de banda desenhada que muitos viam. A sua actividade é opção e paga (e bem), pelo que não vislumbrei qualquer “entrega” ou heroísmo.
Mas é um homem livre e, como tal, tem o direito de se candidatar para o cargo que entender. Se o PSD fez mal ou bem, não sei. Só o resultado das eleições pode tirar as dúvidas.
Mas repentinamente todos desataram a indignar-se sobre a quebra de compromissos. Desculpem, digam lá outra vez… quebra de compromissos e juras pela mãezinha têm sido quebrados por todos os agentes políticos. Os mortos e os vivos (e bem vivos).
Onde está a razão da indignação? Será que muitos dos indignados não deviam estar calados? No mínimo por questão de vergonha na cara.
E, em vez de rirem do Paulo Portas pelos seus pruridos hipócritas, aplaudem. Em muitos, tenho a certeza, escorre uma lágrima por verem o apelo à humildade de um dos maiores “fingidores” da nossa política.
E em relação aos incondicionais apoiantes de Sócrates, recordo as suas declarações quando era Ministro: “nunca me candidatarei a 1º Ministro por não me achar competente” (algo que não o podemos acusar de mentir). Ou tantas outras mentirolas e juras pelas alminhas.
Mas não será possível manter racionalidade nas ideias e evitar comportamentos de virgem “apalpada” no metropolitano? "
Vi a entrevista que fizeram ao Fernando Nobre ontem. Foi interessante, o próprio Nobre admitiu que terá que aprender o trabalho quando começar, e explicou como o Passos Coelho o convenceu. Deu para ver que em termos de política, mete os pés pelas mãos: respondeu ao que lhe perguntaram, fiquei com a impressão que não sabe o que o espectador quer ouvir, e chegou a ser demasiado sincero nalgumas situações.
Deu-me vontade de o ver na Assembleia da República! Como as coisas andam, não ser político profissional é uma mais-valia, gostava eu de ver mais gente assim no Parlamento. Se houvesse mais para escolher, provavelmente não escolheria o Nobre, mas é uma pena a reacção exagerada que houve à candidatura dele: queixamo-nos de que não há gente fora da política nos partidos, mas quando eles aparecem caem-lhes em cima com a conversa do tacho.
Se não sabe o trabalho, quando começar aprende; PS ou PSD neste momento é irrelevante, quem vai governar na próxima legislatura é o FMI; se o Fernando Nobre continuar com esta atitude durante a campanha, arrisca-se a receber o meu apoio.
Agora vem Aristóteles, que vem contrapor o ideal "comunista" e "igualitário" de Platão:
"Em geral, partilhar a vida de outrem, colocar tudo em comum, é para o homem uma empresa difícil entre todas [...] Os possuidores de bens comuns ou indivisos têm entre si conflitos muito mais frequentes que os cidadãos cujos interesses estão separados".
Sobre a ideia de Platão de privar os cidadãos de qualquer tipo de propriedade privada:
"Se agradável e socorrer amigos, hóspedes e companheiros é o maior dos prazeres, que não se pode experimentar se não se possuírem bens privados".
Sobre o ideal comunitário de Platão:
"[Como] se de uma sinfonia se quisesse fazer um uníssono [apenas um som, porque a cidade é] uma pluralidade que, por meio da educação, deve ser conduzida a uma comunidade, a uma unidade".
À primeira vista, esta oposição entre Platão e Aristóteles faz lembrar o "comunismo" vs "capitalismo", mas havia uma coisa em que Aristóteles estava de acordo com Platão: ambos desprezavam a fixação na acumulação de riqueza. Então o que os diferenciava? Ao que parece, tem tudo a ver com um certo pragmatismo e a maneira como se encara o "divino":
"Aristóteles rejeita a [...] ideia de que o homem participa em dois mundos distintos, o visível e o invisível. Para ele, o homem está inteiramente mergulhado no mundo natural. A alma individual desaparece ao mesmo tempo que o corpo. [...] Não há nenhuma comunicação, nenhuma passagem, do divino ao terrestre".
Tive Filosofia na escola, li o Mundo de Sofia, e é a primeira vez que vejo este lado destes Gregos Antigos. Provavelmente, porque os livros onde Platão e Aristóteles falam disto chamam-se Leis e Política. Lembra-me quando o Malstrom disse que "pessoas que lêem o Phaedrus [cujo tema é o "amor"] de Platão ficam por aí e não lêem as Leis de Platão".
Pois é, algum do pessoal que nos tem dado dinheiro está a ficar farto da bandalheira:
"I have been touring the country, I was in 14 cities in the last few weeks and a lot of people are unwilling to enter into any rational debate. The are simply saying: it is wrong to help Portugal, it was wrong to help Greece, we should just let them go into bankruptcy"
Já na Eslováquia, está a acontecer o mesmo que aconteceu aqui com as PPPs:
"The problem is in a very simple trick of creative accounting. The Slovak government is using a grey zone in the rules set by Eurostat and ECB for not counting PPP projects in public deficit and debt. Right after the adoption of the euro, the Slovak government got enthusiastically involved with a politically attractive but very costly programme of constructing highways through so-called ‘public private partnerships’ – PPPs."
"In other words, if not stopped by the EU or the ECB, the Slovak government’s real deficit in 2010 will reach a ‘Hellenic’ level of 13.15% of GDP, while pretending that it is only 5.5% of GDP."
Apanhei este vídeo por acaso, já tem mais de um ano, olhem só o que o jornalista diz aos 1:31:
"De acordo com o Correio da Manhã, o primeiro ministro antecipou a perda da maioria absoluta nas legislativas [de 2009], e delineou um plano para provocar eleições antecipadas em 2011, que lhe permitissem recuperar a maioria no parlamento."
As coisas que o Correio da Manhã imagina. Mas tendo em conta a "máquina política" que é Sócrates, e o "totó político" que o PSD está a ser, estaria bem dentro das possibilidades do senhor que foi primeiro ministro. Maioria não sei, mas pelo andar da coisa Sócrates ainda arrisca-se a ganhar outra vez (infelizmente). E arrisca-se também a passar à história como um dos maiores "políticos"* que Portugal já teve.
*Político no sentido actual.
Tenho apanhado alguns episódios na Sic Radical durante o fim de semana, ao Domingo, e tem sido awesome =)
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