É o novo "nazi". Se durante uma discussão não gostarmos do que estamos a ouvir, é só chamar o outro de "neo-liberal". Já me acusaram de estar com ideias neo-liberais numa discussão em que estava a defender a liberdade de expressão (!), nem metia economia ao barulho.
Isto já foi há uns dois anos, na altura nem sabia o que era "neo-liberal", tive que ir ver à internet. E pelos vistos, quem me acusou também não sabia.
Só ouvi um pouco do discurso de congresso que fez ontem. E do pouco que ouvi, dá para perceber porque é que Sócrates é uma "máquina política": mente descaradamente, depois afirma que o que estava a dizer são os factos, e mesmo assim muita gente vai acreditar no que ele disse.
Nisto tudo, o que me custa mesmo é ver os jornalistas servirem de estenógrafos dos políticos. Sei que os jornalistas devem tentar manter alguma imparcialidade, mas também têm o dever de vir à frente e dizer que certas coisas que foram ditas são, simplesmente, mentira.
Já agora, o que o Fernando Ulrich diz vale o que vale, mas assim vê-se como o Sócrates sabe o que faz. No dia a seguir ao presidente do BPI dizer que no dia 4 de Março viu que Portugal não tinha condições para se financiar, o nosso ex-primeiro ministro afirma insistentemente num congresso que Portugal só precisou de ajuda porque no dia 24 de Março o PEC IV foi chumbado. Como os bancos são mal vistos em Portugal (com alguma razão), não faz mal contradizer o Fernando Ulrich, são os bancos que vão ficar mal na figura no final.
"De facto nós temos um problema com a frontalidade em Portugal (eu já fui despedido de três grupos editoriais). E sabe porquê? Porque o país é tão pequeno que qualquer coisa que a gente faça ou diga incomoda muita gente. São todos amigos ou primos uns dos outros... Mas um país livre não se constrói assim. Tem de haver coragem para denunciar o que está mal e ainda mais coragem para mudar o actual estado de coisas. é chocante ver como a maioria dos problemas que temos actualmente são quase iguais aos que tínhamos no final do século XIX... Isto devia acordar consciências."
E por falar em século XIX:
Eça de Queiroz, 1867, “O distrito de Évora”
Podemos não votar como forma de protesto. Mas já agora que se saiba: como a abstenção não conta para a percentagem final, quem sai a ganhar com isso não é quem protesta, mas os maiores partidos. Quanto menos pessoas votarem em partidos, mais os votos nesses partidos contam.
Por isso é que é uma anedota quando os partidos falam em "legitimidade". Com os números de abstenção que temos (>60%), há maioria no parlamento com metade dos 40% que falta, ou seja, 20% dos votos. E muitas das vezes nem é tanto, se tivermos em conta que os votos brancos/nulos também não contam para a percentagem.
Qual é a alternativa? Se querem castigar qualquer um dos partidos, é preciso "ir à percentagem" deles, e para isso é preciso votar num outro partido. Se não queremos favorecer nenhum dos partidos que já estão lá na assembleia, pode-se usar qualquer um dos partidos que nunca conseguem votos suficientes para terem assento parlamentar - rouba-se assim percentagem aos partidos que já estão lá, e como há muitos destes partidos pequenos, é pouco provável que o partido em que votámos venha a eleger deputados.
Em 2009, concorreram em Portugal 15 partidos:
PS
PSD
CDS-PP
BE
CDU
Movimento Esperança Portugal (MEP)
PCTP-MRPP
Partido Popular Monárquico (PPM)
Partido Humanista (PH)
Movimento Mérito e Sociedade (MMS)
Portugal Pró Vida (PPV)
Partido Nacional Renovador (PNR)
Partido da Nova Democracia (PND)
Partido Operário da Unidade Socialista (POUS)
Partido Trabalhista Português (PTP)
(update)
Parece que o acto de votar não é tão inócuo assim. Segundo o Diário de Notícias, cada partido recebe uma quantia por voto, e esta quantia está aberta a qualquer partido que tenha mais que 25 mil votos.
"The long-term consequence will be to reduce majority values and life-styles to mere "options" among a range of socially valid alternatives, all of which will deserve equal respect from the law and equal subsidy from the exchequer. This is already happening with homosexual "marriage";"
Não fossem as aspas, e até podia parecer que quem escreveu isto estava de certa forma a defender uma maior aceitação em relação a vários estilos de vida. No entanto, é exactamente o sentimento oposto.
Segundo as Leis de Platão:
"«O nosso fim essencial é estabelecer a amizade entro todos os cidadãos da cidade»; qual é a organização económica e social apropriada para esse fim? «O verdadeiro meio», responde Platão, «é a comunidade absoluta dos bens, das mulheres e dos filhos», porque «entre amigos tudo é comum». O comunismo é-nos assim apresentado desta vez como um ideal de alcance geral."
"«Um meio mais fácil de instaurar a amizade entre os cidadãos é atribuir a todos propriedades iguais e obrigá-los a todos a levarem uma vida identicamente frugal.»"
"A base da organização social será a família monogâmica, mas uma vida cuidadosamente controlada pelo Estado: o adultério será punido e defendida a honra das mulheres; cada casal deverá possuir uma habitação separada; em caso de incompatibilidade entre os esposos, poderão separar-se, mas cada um deles deverá casar-se então com cônjugue designado pelo Estado (pensa-se assim evitar divórcios muito numerosos). A cada família será atribuído um lote de terra idêntico, que não poderá ser alienado e deverá ser transmitido a um só herdeiro;"
"Este sistema implica, evidentemente, que todos os cidadãos sejam agricultores e, por outro lado, que o seu número de mantenha rigorosamente o mesmo. «Efectivamente», declara Platão, «na cidade deverão existir sempre exactamente 5040 cidadãos, número escolhido porque é divisível por todos os números de 1 a 12, excepto o número 11, o que deve facilitar o trabalho administrativo»" pág.37-38
Isto não me ensinaram nas aulas de Filosofia!
Sobre o trabalho de Platão:
"O conhecimento do que é bom e justo para o indivíduo e para a cidade é o conhecimento mais alto, e o único verdadeiro. O conhecimento imediato pela via dos sentidos só conduz a opiniões superficiais sobre as coisas. O conhecimento matemático já é superior. Entretanto apoia-se em postulados não justificados e não pode explicar integralmente o mundo visível onde nada permanece. A geometria, sobretudo, é um bom instrumento de preparação para o exercício da sua mais alta faculdade, a inteligência, ou a razão. A razão pela via da discussão e da dialéctica atinge o conhecimento do bem, nomeadamente do bem político que é a justiça." (pág.41-42)
É preciso ter em conta como é que Platão via o Universo. Para ele, nós, como pessoas, não podíamos inventar nada, pois já estava tudo inventado desde o início do tempo. No máximo, podíamos lembrar-nos dessas "ideias" originais, que existiam num outro plano de existência, o "mundo das ideias". Daí a "aversão" de Platão ao mundo real, pois era só uma sombra do mundo ideal. Daí também a ideia de defender a discussão pura, sem ter demasiado em conta o "conhecimento imediato pela via dos sentidos", como única forma de chegar a essas ideias originais. A Filosofia hoje em dia perdeu muita da relevância que tinha, e se ainda seguir esta ideia, não admira porquê.
"Esta concepção de uma ciência política modo supremo e perfeito do conhecimento, ao mesmo tempo que única ciência verdadeiramente importante, pode hoje surpreender-nos, dado que estamos habituados a admitir, ao contrário, que a ciência política (de que a economia política é um ramo particular) deve procurar imitar as ciências exactas, muito mais perfeitas, e que raramente o consegue." (pág.42)
Não será tanto a ciência política "imitar" as ciências exactas, mas usar uma metodologia semelhante para chegar ao conhecimento. E as ciências políticas têm muito a ganhar (e já ganham) ao ir buscar conhecimento já descoberto em áreas como as neurociências e a psicologia, que ajudam a perceber melhor como é que o ser humano funciona. Afinal de contas, é este o tema das ciências políticas: o ser humano, e como podem muitos seres humanos viver em conjunto (de preferência, no seu melhor interesse).
"Todavia, o ponto de vista de Platão merece ser considerado com muita atenção. Para ele, o que importa ao homem é conhecer-se a si próprio. Em seu entender, é muito mais importante esclarecer os princípios de uma constituição justa do que descobrir leis naturais do mundo físico." (pág.42)
É a ideia de que é preciso primeiro as pessoas estarem suficientemente conscientes/educadas, de termos uma sociedade pacífica, antes de termos conhecimentos para matar mais e melhor. O que faltou considerar foi que os conhecimentos do mundo físico também poderiam ajudar as ciências políticas.
"Converts standard 3D movies in to relaxing 2D!"
"Eliminates headaches and nausea associated with 3D movies!"
Estiveram no programa Avelino Jesus, que estava a conduzir a comissão de avaliação das Parcerias Público-Privadas, até se ter demitido, e Carlos Moreno, antigo juiz do Tribunal de Contas e que escreveu o livro Como Gasta o Estado o Nosso Dinheiro.
14:00 - Porque é que o Avelino Jesus se demitiu da reavaliação das PPPs: tinha dificuldades em ter acesso aos documentos que precisavam (ex.: os contractos do TGV) e quando alguns deles acabavam por aparecer, vinham incompletos
23:00 - O Avelino de Jesus diz-nos que com os documentos que obteve, chegou à conclusão que os dados sobre os estudos da sustentabilidade do TGV foram "inventados", para se poder dizer no final que o projecto iria trazer retorno. Por exemplo, as receitas que foram projectadas tendo em conta a venda de bilhetes (isto para o troço Lisboa-Madrid) representavam 3% dos benefícios a tirar do TGV. O resto dos benefícios eram coisas que não traziam retorno directo, como por exemplo, benefícios ambientais, poupanças de tempo, etc. Foram este tipo de coisas que representam a maior parte do retorno que justificaram, nos estudos, a viabilidade do TGV.
29:00 - Metro ao Sul do Tejo foi negociado com uma estimativa de 80 mil passageiros/dia. Na realidade, estão neste momento a passar 35 mil passageiros/dia. Disseram que o Estado tem de pagar 8 mil milhões de euros por ano por causa disto, faltou dizer o porquê: porque no contracto há cláusulas de utilização miníma, que se não forem atingidas, é o Estado que cobra o que falta à empresa que está a explorar.
Falaram no entanto que estes contratos costumam ter taxas de rendibilidade de 11% para cima, o que é muito alto e ainda por cima, asseguradas pelo Estado. Se a empresa não obtiver essa rendibilidade com o negócio, o Estado cobre o que falta aos accionistas.
34:00 - Um estudo sueco, feito por várias entidades, concluiu que em termos de emissões do CO2, o TGV tem impacto neutro. Ou seja, não contribui nem ajuda, em termos de impacto ambiental. Para os nossos estudos de viabilidade do TGV, os benefícios ambientais representam 15% dos benefícios totais.
37:00 - As portagens na SCUT apenas cobrem um terço do que é preciso pagar às concessionárias. O resto terá que vir do Orçamento de Estado.
39:00 - Falam do impacto das PPPs no Orçamento de Estado. Dá a entender estava projectado um crescimento das prestações anuais das PPPs mais linear, que em ano de eleiçoes caiu a pique, para depois voltar a subir a pique em 2013. Fixem este ano, 2013.
46:30 - Criatividade contabilística na venda de edifícios à ParPública.
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