Terminei de ler o SuperFreakonomics. Embora o livro tenha algumas secções muito criticadas e até erradas (i.e., a parte sobre o aquecimento global), o livro retrata bem o tema principal, a natureza humana. E mais uma vez, fiquei com a ideia que é muito útil e do nosso próprio interesse conhecer-mos muito bem a nossa própria natureza.
Como é dito no próprio livro, acerca da pessoa que tinha proposto pela primeira vez os cintos de segurança para os automóveis:
"...tinha esbarrado contra um dos dogmas centrais e mais frustrantes da natureza humana: é difícil mudar os comportamentos [...] uma solução simples e barata para um problema, talvez não resulte se implicar que as pessoas mudem o seu comportamento."
São aspectos como este que estão por detrás das experiências descritas no livro, de uma ponta à outra. Outro exemplo, este muito famoso. Em 1847, Ignatz Semmelweis descobriu uma maneira de diminuir significativamente o número de mortes durante os partos, tanto dos bebés como das mães. A solução: obrigar os médicos a desinfectar as mãos antes do parto. Resultado:
"a taxa de mortalidade na maternidade do Hospital Geral de Viena baixou a pique quando Semmelweis ordenou aos médicos que lavassem as mãos após realizarem autópsias. Contudo, os médicos dos outros hospitais ignoraram as suas descobertas. Chegaram até a ridicularizá-lo. [...] Além disso, os médicos dessa época [...] não conseguiam aceitar a ideia de que eram eles próprios a raiz do problema."
Entretanto já passou um século e meio. Como andam as coisas?
"Uma série de estudos recentes demonstrou que os funcionários hospitalares lavam ou desinfectam as mãos menos de metade das vezes em que deveriam fazê-lo. E os médicos são os piores infractores, mais complacentes do que os enfermeiros ou os assistentes."
"Este fracasso é intrigante. No mundo moderno tendemos a acreditar que a melhor forma de corrigir os comportamentos perigosos é através da educação. É esse o raciocínio por trás de praticamente todas as campanhas de sensibilização pública."
"Porque razão é tão difícil mudar esse comportamento quando o preço a pagar pelo cumprimento das regras [...] é tão reduzido e os potenciais custos do incumprimento [...] é tão alto? À semelhança do problema da poluição, a resposta radica uma vez mais nas externalidades. Quando um médico não lava as mãos não é a sua própria vida que fica primariamente em perigo mas sim o próximo paciente que ele tratar. [...] os médicos [...] não dispõem de incentivos suficientes para lavar as mãos."
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